Irlanda de todos os povos: as diferentes expressões religiosas da Ilha Esmeralda

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Os conflitos entre católicos e protestantes na Irlanda são antigos, começando no século XII, por conta de fatores políticos, econômicos, religiosos e sociais. O monarca inglês Henrique II tentou anexar a ilha da Irlanda ao seu reinado. Ocorreu uma enorme resistência por parte dos irlandeses até o século XVII, quando acabaram sofrendo uma invasão inesperada e milhares de colonos da Inglaterra, da Escócia e do País de Gales, atendendo ao chamado de generosas ofertas de terras, se mudaram voluntariamente para lá.

Os estrangeiros eram protestantes em sua grande maioria, enquanto os irlandeses eram católicos. O conflito estava criado, por conta da usurpação de terras e da discordância entre as religiões.

Entre as diversas províncias da ilha, Ulster, ao norte, ficou com a grande maioria dos imigrantes britânicos. No século XIX essa região foi industrializada e urbanizada, criando uma enorme diferença econômica com relação ao restante do país, que permanecia muito dependente da agricultura.

Com o aumento das tensões e desentendimentos, no ano de 1920 o parlamento inglês dividiu as regiões em Irlanda do Norte, correspondente à região de Ulster, onde o protestantismo predominava e a Irlanda, de maioria católica, abrangendo os condados restantes.

Após dois anos, a soberania da Irlanda aumentou, o que a fez tornar-se independente da Inglaterra. Isso despertou a fúria do grande número de católicos que viviam na Irlanda do Norte, que constituíram o IRA – Exército Republicano Irlandês, grupo armado pró-independência.

Para ir de encontro ao IRA, surgiram os movimentos unionistas, formados por protestantes a favor da Inglaterra.

O episódio mais marcante do conflito foi imortalizado na música “Sunday Bloody Sunday” , do U2. Em 30 de janeiro de 1972, soldados britânicos mataram 14 católicos que faziam parte de uma manifestação na cidade de Derry, na Irlanda do Norte, e feriram milhares de outras pessoas.

Depois de muitas mortes em ambos os lados, a partir de 1990, com o chamado “Good Friday“, acordo entre os grupos paramilitares de ambos os lados, governos da Irlanda do Norte, da República da Irlanda e do Reino Unido, os conflitos foram diminuindo.

Hoje ainda é possível perceber o ódio e a segregação entre católicos e protestantes, porém, de forma mais velada.

Ao visitar Belfast, é possível ver as marcas deixadas nos muros, casas, bares e igrejas. Ainda hoje a cidade é conhecida por ter sido uma das mais perigosas do mundo entre 1968 e 1988, período conhecido como “The troubles”.

Atualmente, a religião predominante na República da Irlanda é o cristianismo, sendo que a extensa maioria é adepta da Igreja Católica Romana, ainda que não seja a religião oficial.

No ano de 2011 foi feito o último censo, que registrou 84,2% dos irlandeses como católicos romanos, 2,8% fiéis à Igreja da Irlanda, 5,9% sem religião, e 3,4% como outras crenças.

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